terça-feira, 5 de novembro de 2013

Parábolas Dos Potes


Havia dois grandes e belos potes que, num canto do quintal, falavam entre si:
- Ah, que tédio! Que vida! Viver aqui, exposto a tudo, sol, vento, chuva, calor...
Por mais que eu me proteja, como sobreviverei?
Aqui estou perfeitamente tampado, lacrado para proteger-me e ainda assim sinto-me ameaçado, vazio. Não vejo graça em estar aqui.
Tranquilamente, retrucou o outro pote:
- Veja, eu encontro-me aqui, aberto, nada me protege a boca, ou melhor, o meu interior. Cai a chuva, eu recebo-a.
Vem o vento, eu sinto-o bem dentro de mim. Vem o sol e me leva as gotinhas que retornam para o céu. E nem por isso sinto-me ameaçado...
- Ora, grande vantagem! Seu interior não guarda mais a cor original como o meu, sua cor é cada vez mais diferente. Você não é mais o mesmo...
- Sim, e isso me alegra! O meu interior transforma-se a cada dia, à medida em que novas coisas penetram-me.
Posso sentir cada criatura que me visita e cada uma delas deixa algo de si para mim, assim como deixo para elas, pouco a pouco, a minha cor.
- É, mas você não tem mais paz, a todo instante você é solicitado, carregam você todo o dia para levar água, ao passo que eu permaneço no meu lugar.
Ninguém me incomoda, quando aproximam-se, já sei que é a você que eles querem.
- Sim, se solicitam-me é porque tenho algo a dar e o que dôo não é diferente do que você pode dar.
Deixo-me encher pela água da chuva, que cai tanto sobre mim quanto sobre você. Encho-me até transbordar.
Eii amados... transformar nosso interior, ter paz, esvaziar-se, deixar-se encher de novo, desinstalar-se, ser pequeno, humilde, ser feliz, ser paciente, comprometido com as coisas de Deus, tem que fazer parte de nossa vida!!!!
Mas deixe-se conduzir e permita-se... Seja um pote útil a todos...


 Pe.Marcelo Rossi

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